quarta-feira, 24 de abril de 2013

Seja você!

Vivemos em uma sociedade marcada pelo impacto do que chamamos de globalização, pessoas se enchem de entusiasmo ao declarar que podem estar interligadas até do outro lado do mundo, é fato que isto é um ponto positivo de nossa sociedade, porém do que adianta manter as janelas dos bate-papos constantemente acesas e se trancar em frente à fria e imóvel tela de um computador. Concordo que de fato a era da tecnologia tem facilitado a vida das pessoas, mas é inegável os males que a mesma tem acarretado: famílias já não almoçam juntas, amigos não saem, livros só para enfeitarem estantes, e de fato onde está a culpa? Está no sistema que nos aliena, ou na nossa inclinação a ser alienados, a culpa está em nós que somos capazes de transformar um recurso que pode facilitar nossa vida em algo que oprime e isola, a culpa está no desinteresse que temos pra buscar o novo, pra sair da tela cotidiana, da mesmice e ir em busca de novas experiências. Falo como alguém que usa constantemente recursos tecnológicos, tenho páginas sociais ativas e as mantenho atualizadas, falo como alguém que tem as luzes dos bate-papos sempre acesas, porém vivencio a experiência de que esta é uma realidade paralela, de que o bom da vida se passa nos bastidores, no contato que a tela fria não pode conceder, na xicara de café tomada de manhã em torno da mesa, no almoço com a casa cheia, na reflexão após a leitura de um grande clássico, o bom da vida se passa na singularidade que temos e que a mídia e as redes sociais têm ofuscado, o bom da vida é o que você é além do seu perfil do facebook, twitter ou coisa assim. Temos nos perdido no tempo, nos permitindo tais declínios, precisamos nos rebuscar, rebuscar nossa essência, rebuscar nossa singularidade, rebuscar nossa opinião, precisamos ser diferentes neste mundo onde todo mundo acha lindo ser igual, vestir igual, comprar igual e pensar igual, precisamos nos permitir a ser quem somos sem medo de perder a tão almejada “popularidade”. Por: Glenda Lagares

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